Fora, Estante Virtual!

Informamos aos companheir@s que a partir de agora não estamos mais operando com a Estante Virtual (EV).

Temos de assim proceder porque a EV não aceita nem o cadastro de editoras independentes, nem permite o cadastro de livreiros com pequenos acervos (como é o nosso caso), os quais só podem cadastrar-se como “leitor vendedor” — que, até agora, era a forma como lá atuávamos.

Todavia, de forma completamente arbitrária, sem qualquer explicação ou justificativa, a EV decidiu pela exclusão dos leitores vendedores, ao impedir que continuem aceitando depósitos em conta bancária e obrigando todos os vendedores nessa categoria a registrar-se no PayPal — uma corporação norte-americana (com tentáculos estendidos pelo mundo, inclusive no Brasil) que tem sido alvo de dezenas de ações judiciais por fraude e violação de privacidade em diversos países (inclusive na própria terra do Tio Sam), além de também ter sido uma das primeiras corporações capitalistas a reagir contra o WikiLeaks, no caso do vazamento dos documentos secretos do governo imperialista dos EUA.

Com essa decisão arbitrária, inexplicada e injustificada, além de sua ligação com o PayPal, a EV demonstra, cada vez mais cabalmente, ser de fato uma empresa capitalista comprometida apenas com o lucro fácil e não com a real disseminação da cultura (como tanto alardeiam com sua retórica esquiva e dissimulada).

Caso nos sujeitássemos a essa arbitrariedade da EV e aceitássemos nos vincular ao PayPal, seríamos obrigados a elevar os preços de todos os nossos livros, para que pudéssemos arcar com as taxas cobradas por esse serviço (que incidem sobre cada transação efetuada), além da comissão eventual à EV (que é cobrada de acordo com o volume de vendas mensais), para que os nossos livros pudessem continuar sendo expostos na EV e vendidos através do PayPal.

Pois bem, não aceitamos nada disso e, portanto, estamos nos retirando da EV — onde, enquanto lá permanecemos, obtivemos 100% de qualificações positivas de nossos leitores. A partir de agora, nossas vendas serão efetuadas diretamente através de nossa nova loja virtual, que está disponível no site do coletivo Rizoma Editorial, agora reformulado. Continuaremos operando com depósitos bancários (com várias opções de banco) e estamos considerando adotar, oportunamente, o PagSeguro UOL (que, ao contrário do PayPal, utiliza o sistema bancário nacional). Uma vez que não mais necessitaremos arcar com o custo das comissôes para a EV, estamos desde já promovendo uma redução linear nos preços de todos os livros constantes de nosso novo catálogo (a ser distribuído em breve via e-mail). Além disso, já incluimos o valor do frete nos preços, utilizando o valor-padrão de registro módico dos Correios que é válido para todo o território nacional.

Aproveitamos a oportunidade para anunciar que o coletivo Rizoma Editorial está preparando várias novidades para o próximo ano, que vão desde um novo logotipo a um domínio próprio na web e, o mais importante, vários títulos inéditos com publicação já programada para o decorrer do ano!

Nosso site foi reformulado, incluindo agora uma loja virtual própria, e hospedado em um novo servidor, mais rápido e mais estável, no endereço rizomaeditorial.com, cujo domínio registramos. O site antigo irá redirecionar automaticamente os visitantes para o novo endereço.

Contamos com o seu apoio e colaboração para continuarmos com o nosso trabalho de divulgação da cultura libertária, pela causa ambiental e do software livre, sem objetivos comercial, contra a exploração capitalista e a opressão do Estado!

Saudações Libertárias!

13 Respostas para “Fora, Estante Virtual!

  1. Raimundo Ferat

    POIS É, TEM MUITA GENTE RECLAMANDO. Leiam o que eu achei no Reclame Aqui! É praticamente um manifesto…. Achei muuuuito bom:

    Sem aviso prévio vcs tiraram o meu acervo do ar.
    (pop up no site não vale, teria que ter sido avisado por e-mail pq ninguém é obrigado a entrar no site de vcs todo santo dia!)
    Perdi um fim de semana inteiro de vendas!!!
    Já aceitei essa medida arbitrária do pay pal.ENTÃO, PQ DIABOS, O MEU ACERVO CONTINUA FORA DO AR?
    Vcs são uma decepção!!!
    Não cobram tarifa para o leitor aí a gente tem um baita trabalhão cadastrando os livros e vcs em fevereiro, pum, impõem 5% sobre as vendas com uma justificativa genérica de que “os tempos mudaram”…
    Aí, menos de 6 meses depois desse primeiro “estupro virtual”, vcs impõem o pay pal. (Ao invés de oferecer a opção… Tenho certeza de que muita gente aceitaria. Sinceramente vcs estão sendo muito mal orientados pelo marketing. se é que existe um aí…)
    E somos “presenteados” com mais uma cacetada de tarifas… justamente a parte mais frágil da cadeia.
    E não me venham com a história de que é pra “garantir que os leitores ofereçam a mesma qualidade de serviço”. Isso é mentira! Já vendi mais de 200 livros e tenho 100% de avaliações positivas.
    Pq não impor então essa medida apenas aos leitores/vendedores que apresentaram problemas?
    (pq evidentemente vcs tem algum acordo financeiro com os tubarões da pay pal…)
    Isso não é crime. Pode ser imoral – e uma traição com que é responsável pelo sucesso de vcs – mas o capitalismo é assim mesmo… Só que não mintam pra gente. Não ofendam a nossa inteligência!
    Cowboys virtuais: aproveitem esses últimos momentos de bandoleirismo na internet pq em pouco tempo isso vai acabar. Já há projetos de lei que obrigam as empresas do comércio eletrônico a ter uma sede física nas capitais dos estados.
    Quero ver como vcs vão lidar com isso nesses tempos de ocuppy…
    Felizmente também a competição já está aumentando. Vocês já não têm mais o monopólio! O livronauta já está com três milhões de livros. Aliás, tem coisa bem mais barata lá. Pq será?
    Podem ter certeza de que daqui em diante as novidades de meu acervo irão para outro site. E as minhas compras serão feitas preferencialmente em outros sites.
    E, claro, aos poucos irei migrando o meu acervo para outros sites.
    Que decepção!

    Vcs criaram a maior revolução da internet dos últimos tempos. Chegaram perto de criar um senso de comunidade… E agora estão jogando tudo fora!!!
    LAMENTÁVEL!
    Mas enfim, todos nós que estamos nos sentindo lesados e impotentes iremos contemplar em breve o colapso de vcs. O velho Marx – aquele barbudo sobre o qual vcs fizeram alguns milhares de reais aplicando 5% sobre as vendas – já postulava que:
    “A primeira contradição do sistema capitalista implica que à acumulação de capital privado implica na redução do poder de compra. As desigualdades minam o próprio mercado e torna-se cada vez mais difícil escoar a produção.”
    Ou seja, quanto mais taxas vcs colocam sobre nós, menos dinheiro sobra pra gente comprar de vcs… Dá pra entender ou precisam que eu desenhe pra vcs?!
    Fora que dá sempre pra entrar em contato diretamente com o sebo/livreiro e ganhar uns 10%…
    Em boa parte não fazíamos isso pq a diferença era pouca e era legal fazer parte da estante.
    Mas agora, com essas regras draconianas, tenho certeza que o procedimento de entrar no google e digitar o nome do livreiro + a cidade vai se tornar muito muito popular…

    Adeus estante virtual. Vocês fizeram por merecer…

  2. Na sequência dos acontecimentos acima, eis um e-mail que recebemos, de um grupo que se auto-intitula “Livreiros Unidos da Estante Virtual”.

    De: Livreiros da Estante [mailto:suporte@estantevirtual.com.br]
    Enviada em: domingo, 22 de janeiro de 2012 03:02
    Assunto: A Estante Virtual precisa de você!

    Prezado Cliente,

    Se você conhece a Estante Virtual, certamente já sabe que se trata de um dos melhores portais para adquirir livros usados e seminovos.

    Acontece que a Estante sofreu uma modificação na última semana e, como esta não foi bem sucedida, o maior portal de sebos do Brasil está ameaçado.

    Com a entrada do PayPal na Estante Virtual, têm ocorrido erros frequentes e muitos clientes estão perdendo seu dinheiro em transações que não conseguem monitorar.

    Nós, como livreiros, estamos sentindo a queda diária nas nossas vendas e vemos ameaçada a nossa atividade, e a existência do portal, se esses erros continuarem.

    Já solicitamos à Estante Virtual que retornasse com o Pagamento Digital, abandonando o novo PayPal, mas a direção do portal não nos ouve ou finge nos ignorar.

    Assim, pensamos que só os clientes podem, com sua representatividade e poder de decisão, reverter esse quadro dramático.

    Se você preza a Estante Virtual e acredita que a maior rede de sebos do Brasil deve continuar, participe desse movimento agora:

    * Mural da Estante Virtual no Facebook

    * E-mail do Suporte da Estante Virtual

    * E-mail do Presidente da Estante Virtual

    * Twitter da Estante Virtual

    Quem sabe se unidos, livreiros e clientes da Estante Virtual, conseguimos salvar o portal da ameaça do PayPal!

    Agradecemos pelo seu tempo e pela sua atenção,

    Livreiros Unidos da Estante Virtual

  3. Matéria que apareceu no PublishNews em 26 de janeiro de 2012:

    Estante Virtual faz mudanças e provoca reclamações

    PublishNews – 26/01/2012 – Roberta Campassi

    Portal troca sistema de pagamentos e altera ferramenta para contra-atacar concorrência; usuários e livreiros protestam na internet

    No dia 17 deste mês, a Estante Virtual, maior portal de venda de livros usados e semi-novos do país, trocou o sistema de pagamentos Pagamento Digital, brasileiro, pelo PayPal, que pertence ao eBay, americano. No sábado, dia 20, começou uma onda de reclamações na internet a respeito da troca. Até hoje de manhã, havia centenas de manifestações na página da empresa no Facebook, com relatos de problemas para realizar compras e com pedidos para que a mudança do sistema seja desfeita.

    Entre as principais reclamações por parte dos clientes finais estão a lentidão no processamento das compras, erros na cobrança (como duplicação de valores) e dificuldades de cadastramento. Já quem é vendedor na Estante Virtual (livreiros ou leitores que vendem seus livros) protesta contra o aumento das taxas e a obrigatoriedade de usar o PayPal – e, consequentemente, de aceitar transações via cartão de crédito, mais custosas do que opções como o depósito bancário.

    Segundo André Garcia, fundador e principal executivo da Estante Virtual, estão ocorrendo problemas em cerca de 10% das tentativas de compra desde que o PayPal entrou em vigor. “Fizemos inúmeros testes antes de implementar o novo sistema, mas havia detalhes impossíveis de prever”, diz. Segundo ele, a operação da Estante Virtual é a “mais complexa” já realizada pelo PayPal no Brasil. “Os erros serão corrigidos em uma ou duas semanas no máximo”, afirma Garcia.

    De acordo com o empresário, o PayPal trará uma série de vantagens quando os problemas estiverem corrigidos, como a possibilidade de comprar de vários livreiros e pagar tudo junto; uma confirmação mais rápida da compra; uma interface mais prática e uma base já existente de três milhões de clientes do sistema no Brasil. “Esperamos que as vendas aumentem de forma significativa com a mudança”, diz Garcia.

    O PublishNews ouviu três sebos que preferiram não se identificar. A maior reclamação deles é que, com o sistema anterior, era possível optar por permitir pagamentos com cartão de crédito. Agora, todos são obrigados a usar o PayPal e a aceitar pagamentos eletrônicos. Para o dono de um sebo tradicional de São Paulo, determinar a obrigatoriedade do uso do PayPal foi uma atitude “stalinista” por parte da Estante Virtual. A conseqüência direta, segundo ele, é o repasse dos custos para os preços dos livros.

    Segundo Garcia, o Pagamento Digital cobrava 5,39% sobre transações desse tipo, enquanto o PayPal cobra 5,6% – até março, contudo, a taxa está em 4,99%, subsidiada pela Estante Virtual. O executivo afirma que há, ainda, uma taxa fixa de R$ 0,20 por transação mais R$ 3 para cada retirada de saldo que o livreiro fizer.

    Para o executivo, unificar as formas de pagamento era uma necessidade do site. “Antes, pouco mais da metade dos vendedores aceitava o pagamento com cartão, o que nos tornava um site de comércio eletrônico muito particular”, diz. “Sistematicamente, não é um modelo que tem boa usabilidade para os compradores. E, apesar da obrigatoriedade do PayPal, quem quiser continuar oferecendo pagamento via depósito bancário pode.”

    Mudança de ferramenta

    Os livreiros também reclamam de uma mudança feita numa ferramenta que a Estante Virtual oferece e que permite que cada vendedor veja a lista de suas obras cadastradas (o inventário). Segundo os sebos, antes era possível “exportar” esse acervo, mas há dois meses ficou impossível fazer isso.

    Os livreiros admitem que costumavam exportar essa lista compilada na Estante Virtual para depois repassá-la a outros sites, com destaque para o Livronauta, e-commerce de livros usados que surgiu no fim de 2010, em Curitiba. “O acervo é meu e a Estante Virtual não pode impedir que eu o tenha no meu computador e use como quiser. Moralmente isso é errado”, diz um dos livreiros.

    O Livronauta também confirma a prática. E reclama. “Há dois meses disseram que a ferramenta estava em manutenção, agora não existe mais a opção ‘exportar acervo’”, afirma Giancarlo Rubio, fundador do site. “Ficou claro que ela foi retirada para afetar o Livronauta. Muitos sebos estão sendo prejudicados, e nosso crescimento também.”

    Garcia, da Estante Virtual, conta que a empresa percebeu que os sebos estavam exportando seus dados para sites concorrentes e, por isso mesmo, mudou a ferramenta. “Nossa obrigação é fornecer uma ferramenta que permita aos livreiros e a nós gerir as vendas da Estante Virtual. Mas não é nossa obrigação fornecer isso para a concorrência”, responde em relação às críticas.

    Embora a Estante não exija contratualmente ser o único canal de vendas on-line dos sebos, Garcia admite que a empresa desencoraja o trabalho com outros sites. “Quando um sebo tem acervos em mais de um lugar, isso em geral prejudica a qualidade do serviço, porque o controle de estoque fica bem mais difícil”, argumenta.

    A Estante Virtual reúne cerca de mil sebos e dois mil leitores e vendedores. Segundo dados próprios, detém 98,5% do mercado, enquanto a Livronauta fica com 1,2% e o Sebos Online, com 0,3%.

    Fonte: http://publishnews.com.br/telas/noticias/detalhes.aspx?id=66871

  4. Olá, colei seu artigo no post:
    MUDANÇA PARA PIOR NA ESTANTE VIRTUAL? PAY PAL É OBRIGATÓRIO – POR QUE?
    http://holosgaia.blogspot.com/2012/02/mudanca-para-pior-na-estante-virtual.html

  5. Pagamento Digital, tudo OK. Mas Paypal é um saco! Estou deixando de comprar na EV por causa dessa porcaria.

  6. Rubrisson Amarante Soares

    Essa porcaria fez com que minhas compras não completasse mais. Isso é lamentavel, antes eu comprava tranquilamente atraves de smart fone agora é impossivel. Fiquei revoltado com essa MERDA.

  7. Em sua imensa cobiça por lucro, a estante virtual não percebe que ao impor regrinhas para ganhar um porcentagem encima, encoraja que livros do seu acervo sejam vendidos por fora. Como leitor-vendedor já fechei muitos negócios aceitando depósito bancário pq os compradores relataram problemas com o paypal.

    Aproveitando… o noiabinha do André Garcia comunicou ontem (28/05/2014) aumento da taxa da estante virtual de 6 para 12%!!!. E de quebra criou uma nova taxa: a tarifa fixa. Espero que apareçam opções à Estante Virtual (livronauta não vale: é igualmente mercenário e nada ético).

    Não quero mais vender meus livros na estante virtual!
    (as compras não são problema: quase todo livreiro tem outro canal de venda).

  8. Matéria publicada na Folha de São Paulo em 12 de junho de 2014:

    Livreiros e sebos boicotam site Estante Virtual após aumento de comissão

    http://www1.folha.uol.com.br/saopaulo/2014/06/1468855-livreiros-e-sebos-boicotam-site-estante-virtual-apos-aumento-de-comissao.shtml

  9. Depois de um calote do estantevirtual, prefiro doar meus livros para bibliotecas ou vender para sebos. Estantevirtual, nem de graça.

  10. OO site só fica fora do ar apesar da mensalidade cara.

  11. A estante virtual sei lá por que causa não aceita mais livreiros de pequeno porte. Alguém sabe porque se eles tem lucro absurdo a cada venda. o que importa se eu tenho um livro ou um milhão deles, não é a venda de todos os livreiros juntos que faz o milhão da estante?

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